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31 de maio de 2011



Não basta sentir a chegada dos dias lindos.
É necessário proclamar:
"Os dias ficaram lindos"....
(Drumond)

"Às vezes me atrevo à audácia de ser insana.
Perco-me na volúpia de fantasias intangíveis,
Transparecidas em um sorriso leve, infantil e malicioso.
Ah, aquela vontade louca de sentir
qualquer coisa que me transborde a alma.

Piamente envolvo-me em algo completamente indecifrável,
Longe dos mundos e rios de sentimento em possibilidade de erupção,
Não correlatos a fatos, nem mundos.
sonhos sonhados de forma veemente,
Retirados de lugar nenhum...
A realidade atrelada ao mundo social
Não é a melhor opção,
Já que meus movimentos estão intimamente ligados a desejos.
A racionalidade é a parte morna da vida,
E o que é morno não tem graça.
É Imprescindível temperatura extrema."

Natasha Barcellos

"A gente precisa é de fé. E de pessoas. Porque eu me sinto meio vazia de pessoas, pessoas dessas que fazem festa na gente, que fazem a alma bater palmas. Pessoas que entendam esse meu jeito de não fazer muito alarde, de chegar sem espantar as borboletas. Eu tenho uma joaninha no dedo indicador e essa sensibilidade ardendo nos ombros desde muito tempo..."

(Jaya Magalhães)

RESPEITO SEMPRE


Nesta minha fase zen, intimista e ponderada, é bom parar para refletir sobre certos aspectos característicos que percebemos em algumas pessoas e que posso dizer abomino: falta de respeito é uma delas. Amplamente analisado, pode-se dizer que ultimamente isto vem sendo confundido com liberdade de expressão nos mais diferentes segmentos da sociedade.
Porém, um difere gritantemente do outro, por que a liberdade de expressão não dá credencial para esculachar quem quer que seja, e nem importa de que forma isto venha a ocorrer. Se em tom de sarcasmo, indignação, repúdio ou inconformismo, a liberdade de expressão jamais poderá ser confundida com promiscuidade de palavras, por que de onde venho o respeito deve estar acima de tudo.
Pessoas podem ter as mais diversas opiniões sobre os mais diversos assuntos, mas isto não dá a elas o direito de ofender quem quer que seja, mesmo ela se achando superior ou "mais evoluída" que o restante da humanidade. Até por que o que venho percebendo é que quem age desta forma, geralmente são aquelas pessoas ora infelizes, ora solitárias ou frustradas, que possuem a necessidade desesperada de verbalizar sua ira de insatisfação perante elas e o mundo, escrachando verbos e teses mesquinhas quando percebem que podem estar tendo alguma atenção voltada para elas. Acham bonito e se auto intitulam "politicamente incorretas". - Psiu, não conta pra elas, mas na verdade estão sendo "amplamente insuportáveis-." Não tem como alguém ter prazer em interagir com pessoas assim, aonde o mundo gira apenas em torno do seu enorme umbigo, recheado de soberba e insatisfação com tudo aquilo que foge ao seu próprio conceito de certo e errado. Gente chaaata.
Liberdade de expressão é poder tecer as mais diferentes opiniões a respeito do quer que seja, porém sempre, eu disse sempre, aliado ao respeito ao outro, levando em consideração os diferentes valores, opiniões, crenças e vivências. Estamos bem longe da ditadura e ninguém precisa pensar igual a ninguém, e por isso um pouco de sensibilidade, compreensão e tolerância nunca é demais. Gente sem respeito é gente carente de alguma coisa na vida. É hora de soltar as armas no chão e parar de achar que todo mundo é cheio de malícia ou segundas intenções, e começar a perceber as nuances e sutilezas do outro sem levar tudo para o lado pejorativo. Ninguém precisa concordar, pode tentar compreender, mas sim, precisa obrigatoriamente RESPEITAR.
(Danimfuga)


“Entender não é concordar.”
Fabrício Carpinejar

''Viver agora é um embalinho de barco ou de berço.
Podia enjoar mas a felicidade de agora não deixa.
Felicidade é sono. O oposto de despertar.
Felicidade é esse segundinho de sono entre seu sonho e algo na TV.
Despertar é preciso, mas só depois.
Agora embalinho de barco."
...
Tati Bernardi

27 de maio de 2011


"De algum modo já aprendera que cada dia nunca era comum, era sempre extraordinário. E que a ela cabia sofrer o dia ou ter prazer nele.
Ela queria o prazer do extraordinário que era tão simples de encontrar nas coisas comuns: não era necessário que a coisa fosse extraordinária para que nela se sentisse o extraordinário."

(Clarice Lispector)

''Ela que descobriu o mundo e sabe vê-lo do ângulo mais bonito. Canta e melhora a vida, descobre sensações diferentes. Sente e vive intensamente. Aprende e continua aprendiz... ensina muito e reboca os maiores amigos. Faz dança, cozinha, se balança na rede e adormece em frente à bela vista. Despreocupa-se e pensa no essencial. Dorme e acorda. Conhece a Índia e o Japão e a dança haitiana. Fala inglês e canta em inglês. Escreve diários, pinta lâmpadas, troca pneus e lava os cabelos com shampoos diferentes. Faz amor e anda de bicicleta dentro de casa e corre quando quer. Cozinha tudo, costura, já fez boneco de pano e brinco para a orelha, bolsa de couro, namora e é amiga. Tem computador e rede, rede para dois. Gosta de eletrodomésticos, toca piano e violão. Procura o amor e quer ser mãe, tem lençóis e tem irmãs. Vai ao teatro, mas prefere cinema. Sabe espantar o tédio, cortar cabelo e nadar no mar. Tédio não passa nem por perto, é infinita, sensível, linda. Estou com saudades e penso tanto em você. Despreocupa-se e pensa no essencial... dorme e acorda.''

Nando Reis

26 de maio de 2011


''Mais tarde eu saberia que certas experiências se partilham – até mesmo sem palavras – só com gente da mesma raça.
O que não significa nem cor nem formato de olho nem tipo de cabelo,
MAS O INDEFINÍVEL PARENTESCO DA ALMA.''

(Lya Luft)

24 de maio de 2011


"Todo encontro genuíno de amor é também o encontro de duas pessoas que conseguem ouvir a música uma da outra e sentir alegria e descanso com aquilo que ouvem. Conseguem ouvir, não importa quantos ruídos tenham inventado pelo caminho para se
proteger da dor afastando a vida...''

Ana Jiácomo

22 de maio de 2011


''Enfeite-se com margaridas e ternuras
e escove a alma com flores,
com leves fricções de esperança.
De alma escovada e coração acelerado,
saia do quintal de si mesmo
e descubra o próprio jardim..''

(Drumond)

"Agora eu acabei de equilibrar a doçura,
na ponta do pés.
Consegue ver?
Se eu deixar cair, espalha. .."

(Jaya Magalhães)

20 de maio de 2011


''Uma das mais saborosas sensações de liberdade que eu conheço é flagrar meu coração feliz sem precisar de nenhum motivo aparente. De vez em quando, a mente, que tantas vezes mente, me permite lembrar que essa felicidade essencial está o tempo todo disponível, preservada, por trás das nuvens que a negatividade infla.
Rio e me sinto mar.''

(Ana Jiácomo)

''Eu adoro todas as coisas e o meu coração é um albergue aberto toda a noite. Tenho pela vida um interesse ávido que busca compreendê-la sentindo-a muito. Amo tudo, animo tudo, empresto humanidade a tudo, aos homens e às pedras, às almas e às máquinas, para aumentar com isso a minha personalidade.
Pertenço a tudo para pertencer cada vez mais a mim próprio e a minha ambição era trazer o universo ao colo, como uma criança a quem a ama beija.
Eu amo todas as coisas, umas mais do que as outras, não nenhuma mais do que outra, mas sempre mais as que estou vendo do que as que vi ou verei.
Nada para mim é tão belo como o movimento e as sensações.
A vida é uma grande feira e tudo são barracas e saltimbancos. Penso nisto, enterneço-me mas não sossego nunca. ''
(Fernando Pessoa)

18 de maio de 2011


''Sou filha da lua. Quero sempre o vôo mais alto, a vista mais bonita, o beijo mais doce. Tenho um coração que quase me engole, uma força que nunca me deixa e uma rebeldia que às vezes me cega. Tenho um jeito de viver selvagem, mas sou mansa com quem merecer. Não gosto de café morno, de conversa mole, nem de noite sem estrela. Sou bem mais feliz que triste, mas às vezes fico distante. E me perco em mim como se não houvesse começo nem fim nessa coisa de pensar e achar explicação pra vida. Explicação mesmo, eu sei: não há. E me agarro no meu sentir porque, no fundo, só meu coração sabe. E esse mesmo coração que me guia e não quer grades nem cobranças, às vezes me deixa sem rumo, com uma interrogação bem no meio da frase: O que eu quero mesmo? Por isso, eu te peço (de um jeito meio sem-vergonha, que é assim que eu costumo ser): se eu gostar de você, tenha a gentileza de não me deixar tão solta. Não me pergunte aonde vou, mas me peça pra voltar. Sou fácil de ler, mas não tente descobrir porque o mesmo refrão insiste em tocar tanto. Se eu gostar de você, tenha a delicadeza de também gostar de mim. E me deixe ser, assim, exatamente como eu sou. Meio gato, meio gente. Desconfiada. E independente. E adoradora de todos os luxos e lixos do mundo. Quer me prender? Nem tente. Quer me adorar? A escolha é sua, meu amigo, vá em frente!''

(Fernanda Mello)



"Todos os dias quando acordo, não tenho mais o tempo que passou mas tenho muito tempo. Temos todo tempo do mundo...!"

(Renato Russo)

15 de maio de 2011


A vida realmente é um aprendizado constante. Devemos ter em mente que nunca seremos os donos da verdade. Apesar de lá no fundo acharmos certas as nossas convicções, precisamos nos esforçar para compreender que cada ser humano tem o seu próprio ponto de vista perante as coisas da vida, e que isto não precisa ser algo ruim. Cada pessoa é única, com suas qualidades, defeitos, capacidades e inconstâncias.
O que devemos exercitar cada vez mais é a velha máxima de se colocar no lugar do outro. Fazendo isso, conseguiremos aceitar de uma forma menos avassaladora os desapontamentos perante os que nos cercam e que de fato sempre irão existir por que afinal de contas todo ser humano é um ser falível. A maioria das coisas foge ao nosso controle e por mais que desejemos o melhor a tudo e a todos, não podemos impor a ninguém nossas próprias certezas e convicções.
Isso nem de longe quer dizer que devemos aplaudir os erros alheios e achar que todo mundo tem o direito de sair por aí fazendo o que bem entende e tudo bem. Não. Apenas devemos perceber estas nuances e ao invés de sofrer ou se preocupar, devemos é redirecionar nossas atitudes para que não sejamos atingidos negativamente.
Filtrar sentimentos e emoções, valorizar as boas, deletar as ruins. Se envolver menos com problemas que não são realmente nossos, e sim de pessoas a quem temos grande apreço e que apesar de não querermos vê-las sofrer, precisam vivenciar e saber enfrentar seus próprios problemas e dificuldades.
Todos precisamos nos esforçar mais para construir a nossa própria felicidade, dentro do nosso pequeno mundo, nos voltarmos sim com total dedicação a nossos filhos, nossos conjuges, nosso quintal, nossas paredes, nossas plantinhas... enfim, ao que realmente é nosso e que nos faz feliz, ao que realmente nos realiza, às nossas vontades. Na verdade, sermos mais egoístas no sentido de não querer mais carregar o imenso peso de querer mudar o mundo e melhorar tudo e todos. Isto não nos cabe, isso não faz bem a ninguém.
E uma coisa é certa: aquela pessoa que muito faz, que muito se envolve, que muito opina, que muito peita, no fim é a mais criticada e apontada, e toda aquela energia positiva de querer ajudar pode acabar se voltando contra ela. Porque ninguém quer ser apontado, julgado, carregado... "Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é." A compreensão da profundidade e da verdade desta frase é algo realmente fascinante e esclarecedor.
(Danimfuga)



"Não sou perfeita nem dona da verdade.
Mas sou dona de mim, dona das minhas vontades."

14 de maio de 2011

REdescobrindo a criar


Ultimamente tenho me presenteado com uma coisa que vinha me fazendo falta: tempo.
Por algumas circunstâncias da vida, pude frear um pouco a marcha incessante e frenética dos dias cotidianos, e tive a oportunidade de mergulhar para dentro dos meus mais profundos ansceios e resgatá-los novamente à luz da minha presente realidade.
Qual não foi minha surpresa quando pude perceber que ao fazer isto, descobri que na verdade estava resgatando minha REAL ESSÊNCIA, guardada a sete chaves dentro de mim mesma, que havia sido de certa forma abafada por um determinado período em minha vida. Retornei às minhas origens criativas, reativei uma parte visceral da minha mente e as engrenagens do CRIAR estão voltando a funcionar!
A bem da verdade, isto já tinha começado timidamente a ocorrer quando criei este blog, a mais ou menos um ano atrás. Porém, estava só nas palavras. Precisava por a "mão na massa" mas não sabia por onde começar nem o que procurar, algo me inquietava e não conseguia descobrir o porque. Agora sei!
Estou criando, descobrindo, inventando. Leia-se: me REcriando, me REdescobrindo, me REinventando. Por que no fundo, bem lá no fundo de nós mesmos, sabemos o que nos move, o que nos instiga, o que nos encanta de verdade. Só que muitas vezes a comodidade do cotidiano "confortável" e em certas circunstâncias irremediável, nos faz paralisar em algo que não é nosso verdadeiro EU. Cada um tem seu propósito nesta vida, e fugir de nossa essência nada mais é que fugir de nós mesmos.
Sim, podemos nos encontrar nos mais diversos aspectos de nossa existência, eu muito cedo me encontrei em vários, mas faltava redescobrir meu verdadeiro dom, e quando exercemos nosso dom, fazemos exatamente aquilo que Deus nos presenteou.
Estou feliz por isto :)
(Danimfuga)

''Não sei exatamente em que momento comecei a despertar.
Só sei que comecei a compreender o respeito e a reverência que a experiência humana merece.
A me dar conta de delícias que passaram despercebidas durante um sono inteiro.
E a lembrar do que estou fazendo aqui. Ainda que eu não faça.
Ainda que os vícios que o sono deixou costumem me atrapalhar.
Ainda que, de vez em quando, finja continuar dormindo.
Mas não tenho mais tanta pressa. Comecei a aprender a ser mais gentil com o meu passo.
Afinal, não há lugar algum para chegar além de mim.
Eu sou a viajante e a viagem.''

Ana Jiácomo

12 de maio de 2011


'Deitada na grama, o céu empoeirado de estrelas. Passei o dedo
e - curioso - algumas vieram grudadas na ponta. Olhei para cima e assoprei.
Foi
tanta estrela caindo que agora eu mal consigo enxergar de tanta
esperança.'

Rita Apoena

'Um dia, eu disse a mim mesma que o mundo no qual eu acreditava haveria de existir em algum lugar do planeta! Haveria de existir! Nem que este lugar fosse apenas dentro de mim...!'

Rita Apoena

10 de maio de 2011



''Muitas vezes eu também já me perguntei se adianta a gente se empenhar para abrir o coração num tempo de tantos corações rigidamente trancados, em que o medo parece dar as cartas e descartar possibilidades de troca, espontaneidade e amor.


Houve instantes em que duvidei e me questionei se não seria mais seguro, mais tranquilo, mais fácil, tentar interromper o fluxo e fechar o meu coração de novo. No máximo, deixar apenas uma fresta aberta por onde espiar a vida de longe.



Embora não seja necessariamente mais seguro, mais tranquilo, muito menos mais fácil, continuo sentindo que é bem mais leve, alegre e desapertado viver com o coração mais aberto. Sobretudo, para nós mesmos. Ainda que às vezes a gente sinta estar na contramão. Ainda que às vezes esse nos pareça ser um movimento solitário.


No mínimo, corre mais vento.''


4 de maio de 2011


"Ser sensível nesse mundo requer muita coragem
Muita. Todo dia.
Esse jeito de ouvir além dos olhos, de ver além dos ouvidos,
de sentir a textura do sentimento alheio tão clara no próprio coração
e tantas vezes até doer ou sorrir junto com toda sinceridade.
Essa sensação, de vez em quando, de ser estrangeiro e não saber falar o idioma local,
de ser meio ET, uma espécie de sobrevivente de uma civilização extinta.
Essa intensidade toda em tempo de ternura minguada.
Esse amor tão vívido em terra em que a maioria
parece se assustar mais com o afeto do que com a indelicadeza.
Esse cuidado espontâneo com os outros.
Essa vontade tão pura de que ninguém sofra por nada.
Esse melindre de ferir por saber, com nitidez, como dói se sentir ferido.
.....
Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia.
Essa saudade, que faz a alma marejar,
de um lugar que não se sabe onde é, mas que existe, é claro que existe.
Essa possibilidade de se experimentar a dor, quando a dor chega,
com a mesma verdade com que se experimenta a alegria.
Essa incapacidade de não se admirar com o encanto grandioso
que também mora na sutileza.
Essa vontade de espalhar buquês de sorrisos por aí,
porque os sensíveis, por mais que chorem de vez em quando,
não deixam adormecer a ideia de um mundo que possa acordar sorrindo.
Pra toda gente. Pra todo ser. Pra toda vida.
Eu até já tentei ser diferente, por medo de doer,
mas não tem jeito: só consigo ser igual a mim."

(Ana Jiácomo)

2 de maio de 2011


''Para mim Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio.
Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.''
Ruben Alves

''Quieta, silenciosa, transitando lentamente pela casa, habitando o por dentro amplamente. Organizando meus livros, minhas gavetas internas, desarrumando outros espaços que de tão organizados me impossibilitavam novas manobras. Ouvindo outras músicas, conhecendo outros ritmos, respeitando o meu. Que me importa se é quase carnaval e todos os blocos estão na rua? Quero é o aconchego da quietude, da minha cama quente, o barulhinho frenético do teclado do meu computador. E essa musiquinha calma que me embala, sussurra. Nada grita, nada desagrada, não há desconforto; apenas estou quieta, observando, percebendo outras sensações que não as já tão conhecidas. Comendo quando tenho fome, dormindo quando sinto sono, lendo pra me alimentar do que gosto, escrevendo quando posso, enfim, desfrutando o aconchego do meu próprio colo…Falando pouco, um pouco séria, mas a minha alegria ainda impera, permeia tudo, o estado é de contentamento.

Se estou muito quieta e se recuso todos os convites para a pré-folia, não se incomodem, é a paz instalada no peito, e eu me fazendo a melhor das companhias… Claro que vasculhando tudo encontrei muitos fantasmas, mas, acreditem, existem muitos fantasmas bons.
(E me lembro do que escrevi pra alguém que um dia estava passando por um momento semelhante: que mãos vazias ainda são as melhores para se colher flores…)''



'Minha avó dizia: para ser feliz, a gente não precisa sair do lugar, a gente tem que ser o lugar.
Ela me advertia com seu olhar de madrepérola. Eu não entendia. Ser feliz para mim era sair de casa, depois da cidade, depois do estado e, se possível, do país.
Acreditava que quanto mais longe do início mais perto do final. Julgava a independência um modo de fugir. Descobri que estava errado. Quanto mais longe do final mais perto do começo. Nada mais alto, banal e humano do que dizer: “eu sei ser feliz”.
Dor, susto, drama e tragédia, a gente já nasce sabendo. Saber ser feliz exige décadas para entender e, ao mesmo tempo, pede tão pouco. Basta um ter o outro. Ficar horas conversando abraçados. Não depender de lugares famosos, de restaurantes, de aventuras exóticas para contar depois.
A felicidade é uma impressão, uma intensidade, que não há como descrever para os amigos. Muitas vezes, se vive somente para relatar o quanto nossa vida é impressionante, mas lá no fundo persiste uma mágoa desconfiada de não vivermos o que realmente desejamos. O que desejamos não se diz, se arde.
Saber ser feliz é se deliciar com bobagens e lembranças, brincadeiras e com a proximidade do corpo. Não deixar o corpo ser apenas um corpo.'

CARPINEJAR