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20 de janeiro de 2011


Ah, o tempo...
Nada como ele para amadurecer idéias que antes pareciam ser tão absolutas e incorruptíveis.
Sempre me doei muito na vida. Aos amigos, à família, sempre me interessando por todos, rindo com as alegrias , chorando com as tristezas. Fui alguém que sempre esteve lá, independente de qualquer coisa. Porém com o tempo algumas fichas vão caindo, e você vai juntando as peças de um quebra cabeças que não gostaria de ver. Relembra situações em que precisou desta mesma reciprocidade e infelizmente não a encontrou, ou ao menos não na proporção em que se esperava.
A dureza da vida muitas vezes vem nos mostrar que manter o peito muito aberto só nos faz ficar exposto a certos ferimentos que não existiriam se nos protegessemos mais.
Uma armadura sob medida vai bem nos dias de hoje, ou então ao menos um bom filtro que deixe passar apenas aquilo que nos fará bem...
Depois de algumas experiências e constatações, percebi que não devemos colocar todos aqueles de quem gostamos num mesmo patamar. Infelizmente, as diferenças existem, e muitos desmerecem a consideração extrema por simplismente terem pontos de vista e vivências diferentes das nossas, que os fazem muitas vezes desdenhar todo o nosso comprometimento perante elas.
Não é uma coisa nada agradável um dia você acordar e perceber que muito mais valorizou do que foi valorizado, amou do que foi amado, se preocupou mais do que se preocuparam, e por aí vai.
Apesar dos pesares, hoje encaro isto sem mágoa, é tudo apenas uma cosntatação.
Vivo a minha vida da melhor forma possível, porém muito mais reservada e seletiva, como sempre deveria ter feito.
Quando até a mim vierem, estarei sempre receptiva.
Para uma conversa, um passeio, um ombro amigo, uma ajuda, qualquer coisa.
Continuarei tendo consideração por quem eu gosto.
Porém não vou mais achar que os outros também estarão a minha disposição com a mesma consideração, motivação, vontade e comprometimento.
É assim a vida, são assim as pessoas.
E ponto.
(Danimfuga)

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